A recomendação da pasta segue a orientação, por parte da Anvisa, de suspensão do uso do imunizante AstraZeneca/Fiocruz. De todas as grávidas e puérperas vacinadas com a vacina da AstraZeneca, apenas três apresentaram reações clínicas comuns e esperadasNo Ceará, 389 grávidas e puérperas receberam doses da AstraZeneca. Elas devem permanecer como grupo prioritário da vacinação contra Covid-19 no Estado, recebendo doses das vacinas CoronaVac e Pfizer, conforme recomenda Liduina Rocha, assessora técnica da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e consultora na área materno-infantil da Escola de Saúde Pública do Estado. De todas as grávidas e puérperas vacinadas com o imunizante AstraZeneca/Fiocruz, apenas três apresentaram reações clínicas comuns e esperadas.
A suspensão da aplicação deste imunizante foi orientada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ontem, 11. De acordo com a Agência, a própria fabricante do fármaco notificou a “suspeita de evento adverso grave de acidente vascular cerebral hemorrágico com plaquetopenia ocorrido em gestante e óbito fetal”. O evento tem sido associado à vacinação de uma mulher, que morreu em 10 de maio último.Segundo Liduina, o caso clínico que vitimizou a gestante pode ser encontrado tanto no processo de gravidez quanto no de vacinação. Ela argumenta que uma gestante com caso grave de Covid-19 tem em torno de 16% de chance de ter um evento trombótico. Uma a cada duas mil grávidas sem comorbidades e sem Covid apresentam o mesmo quadro clínico.Este é um evento “extremamente raro”, diz a assessora, pois há uma chance de 0,0004% de desenvolvimento desta reação pós-vacinação. Isso significa dizer que uma a cada 250 mil vacinas aplicadas resulta em um evento trombótico.
Como a Anvisa suspendeu o uso da AstraZeneca enquanto o óbito é investigado, o Ceará seguirá a recomendação e não utilizará o imunizante em grávidas e puérperas. Liduina lembra, porém, que não há registros de efeitos adversos graves com as vacinas CoronaVac e Pfizer. Por isso, este grupo permanecerá no atual calendário de vacinação.
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Ela lembra que gestantes, mesmo sem comorbidades, são grupo de risco “no sentido de piores desfechos da gestação, maior possibilidade de abortamento, maior possibilidade de parto prematuro, pressão alta, sangramento depois do parto e maior possibilidade de mortalidade”. No caso daquelas com comorbidades, estes riscos são intensificados. Liduina ressalta ainda que a vacinação em gestantes com e sem comorbidades é adotada no mundo inteiro.
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